Mais de 80% do reganho de peso após um plano de dieta está relacionado diretamente com o fato do organismo se adaptar para impedir que a perda de peso continue ou se mantenha constante.



Existem vários sistemas integrados no nosso corpo que vão dificultar cada vez mais a perda de peso do indivíduo, pois perder peso não é algo “natural”. Nosso corpo precisa de gordura para sobreviver e foi criado para um ambiente de dificuldades alimentares, de caça, de busca pelo alimento, de movimentação ativa durante o dia, o que vai totalmente ao contrário do que vivemos hoje: Passamos grande parte dos nossos dias trancados em nossas casas e escritórios, sentados, comendo alimentos vindos do mercado e para finalizar o dia, comendo alimentos hipercalóricos e hiperpalatáveis vindos dos aplicativos de celular.





Em média, para cada 1kg de peso perdido o gasto metabólico basal do nosso corpo diminui em 30kcal e nosso apetite aumenta em 100kcal.

Ou seja, ao perder 5kg, seu corpo irá reduzir o gasto em 150kcal por dia e aumentar seu apetite em 500kcal como forma de tentar recuperar o peso perdido!



Um perigo muito grande no dia de hoje é acreditar que o emagrecimento é apenas uma questão estética e não aceitar a obesidade como uma doença. Você gostando ou não, o excesso de gordura no corpo é sim uma doença, mantém o corpo em estado de constante inflamação, e por mais que um obeso tenha os exames de sangue dentro da normalidade, isso não significa que seu organismo não esteja sofrendo.

 

Dentre os mecanismos encontrados pelo nosso corpo para impedir a progressão da perda de peso, um dos principais é a diminuição da taxa metabólica. Nosso metabolismo tende a diminuir a quantidade de calorias utilizadas durante o dia, por diversos meios, como a redução dos hormônios estimuladores da tireoide, das gonadotropinas e o próprio sistema nervoso simpático.



Não vou entrar muito a fundo em relação aos aspectos fisiológicos, pois isso que estou falando é para você entender os pontos principais de como nosso corpo se adapta e meu foco não é te ensinar fisiopatologia da obesidade.

 

O que eu preciso que você entenda é que SIM, nosso corpo vai dificultar o seu emagrecimento e um dos melhores medicamentos para você combater isso, são os exercícios físicos e o ganho de massa muscular. O músculo queima muita energia, e mesmo nosso corpo dificultando ao máximo a perda de gordura, quanto mais músculo você ganhar e mais gordura você perder, mais fácil se torna o processo.

 

É comum ao perder peso, que nós em um primeiro momento tenhamos mais fome e menos saciedade. Mais vontade de comer alimentos hipercalóricos. Isso é totalmente normal, e nessa linha nós temos alguns medicamento para nos auxiliar.

Conforme nós vamos emagrecendo e perdendo gordura nós temos a modificação de um dos principais hormônios relacionados com a obesidade: A LEPTINA.

 

            A leptina é uma molécula derivada das células de gordura, os adipócitos, e está diretamente relacionada ao nível de gordura no organismo. Quanto mais gordura, mais leptina, e o nosso corpo vai criando resistência a esse hormônio.



            A leptina está diretamente relacionada com a saciedade, ela suprime a fome, por aumentar a produção de hormônios anorexígenos e diminuir a produção de hormônios orexígenos como o Neuropeptídeo Y.



            Nos obesos ocorre aumento da liberação de leptina, mas ela não funciona, porque a própria célula de gordura, libera interleucinas que dificultam a sensibilidade desse hormônio no organismo do paciente obeso.



            Hoje vários estudos tem sido realizados para utilização da leptina como medicamento e para potencializar os resultados daqueles que conseguem perder peso, para a manutenção a longo prazo. Ainda não existe no momento nenhum medicamento pronto e liberado para uso, mas com o avanço da medicina nós podemos esperar que nos próximos anos teremos excelentes novidades para combater essa epidemia global de obesidade.